Eunápolis (BA) — Os corredores lotados do Hospital Regional de Eunápolis têm se tornado um retrato preocupante da crise na saúde pública do município. Denúncias recorrentes apontam para superlotação, falta de medicamentos básicos como dipirona, e um cenário de abandono e descaso com pacientes que dependem exclusivamente da rede pública para atendimento médico.
A situação levanta questionamentos sérios sobre a gestão da unidade hospitalar, especialmente após sua privatização, que tinha como promessa principal a melhoria dos serviços prestados. No entanto, o que se vê é um aumento nas reclamações e um sentimento de indignação crescente por parte da população.
vereadores permanecem em silêncio, sem apuração efetiva das condições do hospital. “Será que essas denúncias são pontuais ou se tornaram rotina? O Legislativo municipal precisa agir, fiscalizar, dar respostas à população”, questiona uma moradora indignada.
A revolta também se estende à destinação de recursos públicos. Com o município se preparando para realizar o tradicional "Pedrão" — festa popular de grande porte —, há quem se pergunte: por que não investir parte desses recursos na saúde pública, para que todos saiam ganhando?
“Quem está com dor, esperando horas por atendimento ou lutando por um leito, não vai curtir festa. Sabemos da importância de eventos para movimentar a economia local, mas não se pode tapar o sol com a peneira”, disse um servidor da área da saúde sob anonimato.
A população pede atenção do prefeito e cobra responsabilidade: privatizar o hospital não exime o poder público de sua obrigação com a saúde. A realidade que se desenha nas alas hospitalares da cidade mostra que a promessa de modernização e eficiência ainda está longe de ser cumprida.
A pergunta que permanece é: até quando Eunápolis vai assistir calada ao sofrimento de quem precisa do mínimo — atendimento digno e respeito?
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