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o Pedrão brilha, a violência assombra: Eunápolis pede socorro

 A maior festa popular de Eunápolis, o tradicional Pedrão, começou com grandes atrações e presença de figuras de peso. O clima de celebração tomou conta das ruas, com shows e milhares de pessoas reunidas para aproveitar os dias de alegria. No entanto, por trás das luzes e da música, a cidade enfrenta uma realidade alarmante: a escalada da violência e o colapso nos serviços públicos.

Quem esteve presente na cidade foi o próprio governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, que aproveitou a ocasião para anunciar emendas e investimentos. Contudo, em nenhum momento mencionou o principal assunto que tem assustado moradores e dominado os noticiários: a violência crescente em Eunápolis e na região.

Nos últimos dias, o município foi manchete em diversos jornais e alvo de discussões nas redes sociais por conta de um caso bárbaro — o assassinato e esquartejamento de uma jovem. O crime, que chocou a população, infelizmente não é um episódio isolado. A sensação de medo é constante, e moradores denunciam o avanço do tráfico, a presença de facções e a ausência de ações concretas por parte do Estado.


Em outubro de 2024, Jerônimo já havia declarado que “a violência na Bahia é parte de um problema nacional”, comparando os índices de homicídios a estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais. A fala foi mal recebida por muitos baianos, que esperavam responsabilidade e ações práticas — e não comparações que minimizam a gravidade da situação local.

O contraste vivido pela população de Eunápolis é cruel. São dias de festa seguidos por meses de abandono. Após os festejos juninos, a cidade volta à sua rotina de hospital com estrutura precária, postos de saúde sem medicamentos e exames que demoram meses para serem agendados. A saúde pública, assim como a segurança, está à beira do colapso.


A Bahia é conhecida por sua cultura vibrante e festas grandiosas, como o Carnaval e o São João, que movimentam a economia e geram empregos. Mas a pergunta que fica é: de que adianta festejar durante quatro dias, se nos outros 361 a população vive com medo, sem acesso digno à saúde e vendo sua cidade ser tomada pela criminalidade?

Eunápolis pede socorro. O povo quer mais do que palcos e promessas. Quer segurança, saúde, educação e dignidade. O brilho da festa não pode mais esconder a escuridão que assombra a cidade quando os refletores se apagam.

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